segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Michael e o Ursinho de Pelúcia

Numa tarde, eu tinha de levar Michael para uma consulta médica em Santa Monica, Califórnia. Enquanto a tarde se transformava em noite, o doutor decidiu que Michael deveria passar a noite em seu escritório, assim a enfermeria poderia monitorar Michael por toda a noite. Pelas 19h00, Michael me disse para voltar ao hotel no caso de seus filhos precisarem de alguma coisa.

Pelas 23h00, eu recebi uma ligação de Michael dizendo que estava muito entediado, e me pedindo para lhe trazer algumas revistas. Michael amava revistas, amava ler e olhar as fotos. Sua favorita era Robb Report, com todos os brinquedos. Eu acordei o motorista da limo, Kato, o cara chinês, lembram dele? E o fiz dirigir até a loja 24 horas que vendia revistas.

Quando cheguei à loja, devo ter comprado cerca de uma dúzia de revistas. Publicações sobre casas grandes e lindas, sobre moda e a indústria da música. Eu peguei tudo que achei que o interessaria. Eu deveria estar andando pela seção de brinquedos perto do caixa quando vi um ursinho de pelúcia marrom claro de tamanho médio. Era bonitinho, eu achei. Eu pensei que seria uma boa brincadeira dar a ele o ursinho de pelúcia, então o comprei e o coloquei em uma sacola de papel marrom.

Eu cheguei ao escritório do médico e dei a Michael todas as revistas que escolhi. Ele parecia contente com todas as minhas escolhas. Ele me agradeceu por trazê-las – ele sempre me agradecia.

Quando eu estava prestes a ir embora, dei a ele a sacola de papel marrom em que estava o ursinho de pelúcia e disse a ele, “aqui está em caso você se sinta solitário de noite, ele lhe fará companhia”. Eu então me despedi e disse que estaria lá na manhã seguinte para apanhá-lo. Ele me deu boa noite mas ainda não havia olhado dentro da sacola.

No dia seguinte, eu cheguei ao escritório do médico por volta de 9 da manhã e disse à enfermeria que estava lá para apanhar Michael. Eu fiz a limo estacionar na entrada VIP para que ele conseguissse sair do escritório e já entrar diretamente nela. A enfermeira veio à porta e disse que ele estaria pronto em alguns minutos. Eu dei minha checada usual na segurança em minha volta para ter certeza de que não haviam câmeras ou paparazzis, etc.

A porta abriu e Michael saiu. Ele sorriu e disse “Bom dia, Mike”. Quando eu ia lhe dar “bom dia” de volta, eu vi que em suas mãos, segurando contra seu peito, estava o ursinho de pelúcia que eu havia o dado. Foi a única coisa que ele trouxe consigo – ele deixou todas as revistas para trás. Na limo, eu vi que ele segurava o ursinho e ele nunca saiu de suas mãos.


por Michael La Perruque

traduzido por Bruno Couto Pórpora

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